quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Terra pode ter ‘espalhado’ partículas de vida pelo sistema solar Estudo da Universidade Nacional Autónoma do México propõe nova teoria


Devido aos impactos de asteróides, a Terra pode ter expelido partículas de vida para o Espaço

Através da realização de novas simulações, um grupo de cientistas da Universidade Nacional Autónoma do México avança com a teoria de que, ao contrário da teoria da panspermia, poderá terá sido a Terra a expelir para o espaço partículas de vida. Devido aos impactos de asteróides, partes da crosta terrestre contendo organismos biológicos poderiam ter sido lançados para o espaço. Conforme a sua velocidade podem ter chegado a outros planetas.

A equipa realizou sofisticadas simulações para analisar a dinâmica das partículas expelidas. Chegaram à conclusão que estas podiam chegar a Vénus, Marte, e até Júpiter.


Dirigido por Mauricio Reyes Ruiz e publicado na «arXiv.org», o estudo analisou as probabilidades de colisão das partículas terrestres com planetas próximos, triplicando o número de material em relação a estudos anteriores. Analisaram 10 242 partículas a uma velocidade de ejecção mínima de 11,2 quilómetros por segundo (velocidade necessária para saírem da órbita do nosso planeta).

Na simulação, fizeram as partículas percorrer o espaço durante 30 mil anos, tempo máximo de sobrevivência do material biológico neste contexto. Os cálculos demonstraram que é necessária uma velocidade de ejecção de 11,62 quilómetros por segundo para chegar a Marte e de 14,28 quilómetros por segundo para alcançar a órbita de Júpiter. As partículas com velocidades de 11,2 quilómetros por segundo têm mais probabilidades de voltar a cair na Terra enquanto as que têm uma velocidade de 16,4 quilómetros por segundo podem sair do sistema solar.

Os resultados obtidos têm, dizem os investigadores, muita importância para os estudos de astrobiologia, pois podem contribuir para procurar evidências de vida em ambientes capazes de a sustentar, como Marte ou luas de Júpiter, Europa e Ganimedes.

Artigo: Dynamics of escaping Earth ejecta and their collision probability with different Solar System bodies

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Facebook e Yahoo testam teoria dos seis graus de separação

Quantos elos são necessários para uma mensagem chegar a um desconhecido num país qualquer?

“Distância social” entre duas pessoas é de seis graus.
A empresa Yahoo e a rede social Facebook juntaram forças para testar, de uma vez por todas, a teoria da década 1960 que concluiu que todas as pessoas estão ligadas umas a outras por seis
elos – conhecida pelo nome "seis graus de separação".


O estudo poderia resolver a grande questão sobre os graus de separação entre as pessoas, lançada, em 1967, pelo psicólogo social norte-americano Stanley Milgram (1933-1984), da Universidade de Harvard. Milgram dedicou-se ao estudo «Small World» sobre a forma de conceber as conexões dos círculos sociais da humanidade.
Com o fenómeno das redes sociais virtuais, como o Facebook com seus 750 milhões de membros, também mudou o modo como vemos nossas interligações globais. Esta semana, os cientistas sociais do Facebook e da Yahoo começaram a experiência e pretendem descobrir, no vasto mundo das redes online, quantos elos são necessários para uma mensagem chegar a um desconhecido num país qualquer.

A actual versão do projecto Yahoo-Facebook, chamado de Small World (mundo pequeno), podem ajudar a resolver as lacunas deixadas pelo estudo de Milgram. Já que, em média, cada membro do Facebook tem 130 amigos na rede social, e é possível visualizar essa teia de ligações como um "gráfico social".

O Facebook triplicou nos últimos dois anos e a rede torna-se bastante densa, tendo em conta que “as lacunas entre as pessoas vão sendo preenchidas por novos membros”, segundo dados avançados pelo Facebook, em comunicado. O registo digital é capaz de mostrar a extensão das conexões entre as pessoas, mas os indivíduos podem não estar sempre conscientes de quão grande é a sua rede, já que eles nem sempre conhecem os amigos de seus amigos.

Sendo assim, o projecto «Small World» foi criado para testar a hipótese que qualquer pessoa no mundo pode obter uma mensagem de outra apenas estando a "seis graus da separação" passando-a de amigo para amigo.



Teoria de Milgram aplicado às novas tecnologias.
O mundo tinha cerca de 3,5 mil milhões de pessoas quando Milgram realizou a sua experiência, na época. Hoje, existe praticamente o dobro de pessoas. Segundo um dos membros do projecto, “os resultados podem ter aplicações de negócios no Facebook, por exemplo, porque os graus de separação entre indivíduos, e marcas comerciais que publicam anúncios no Facebook, são importantes", referem ainda.

Para a experiência de Milgram foram enviados pacotes, aleatoriamente, a 160 moradores em Wichita, Kansas e Omaha, no Nebraska, pedindo-lhes para que o reencaminhasse para um amigo ou conhecido para que este o repassasse a outro indivíduo final – um corretor da Bolsa de Valores de Boston, em Massachusetts. Os pacotes chegaram depois de passarem por 5,5 pessoas em média.

São agora amplamente reconhecidas as falhas de Milgram. As conclusões basearam num pequeno número de resultados – apenas 64 dos 300 pacotes chegaram ao destinatário.

Contudo, a validade do actual estudo vai depender se é representativa da população geral, já que os usuários de redes sociais online são os mais jovens. O Yahoo e o Facebook esperam atrair muitos mais participantes que Milgram poderia obter por correio naquela altura. Já em 2008, um estudo realizado pela Microsoft mostrou que o elo médio de contactos entre os usuários do Serviço Messenger NET foi de 6,6 pessoas.

Pobre diversidade genética do lince Ibérico

Pobre diversidade genética do lince-ibérico
é característica com milhares de anos

Cientistas descobrem que exemplares com 50 mil anos têm a mesma diversidade que os actuais
Existem poucos mais de 200 exemplares de lince-ibérico (Lynx pardinus)

A baixa diversidade genética de uma espécie juntamente com o diminuto número de indivíduos e isolamento das populações, o que promove a consanguinidade, são as causas principais para uma rápida extinção. O lince-ibérico, (Lynx pardinus) o felino mais ameaçado do mundo – em estado de ‘perigo crítico’ – cumpre todos esses requisitos. No entanto, um grupo internacional de investigadores descobriu que a diminuta diversidade genética desta espécie não é recente, tem já, pelo menos, 50 mil anos.

Os cientistas analisaram o material genético de restos de linces ibéricos e descobriram que pelo menos nos últimos 50 mil anos a sua variabilidade genética foi sempre muito baixa. Assim, a actual ameaça não vem desse aspecto. O estudo está publicado na revista «Molecular Ecology».

Existem apenas duas populações de linces-ibéricos isoladas uma da outra, uma na Serra Morena (172 exemplares) e outra em Doñana (73), segundos os censos de 2010. No passado, até há aproximadamente 100 anos, este felino estava amplamente distribuída no território ibérico. A decadência populacional acentuou-se em meados do século XX.

A fragmentação dos habitats, um território cada vez mais urbanizado, a escassez de uma das suas presas favoritas, o coelho, e a caça foram factores determinantes para esta espécie se encontrar ameaçada.

O problema da variabilidade genética foi considerado tão sério que foi necessário levar um exemplar da Sierra Morena para Doñana, numa tentativa de promover uma maior riqueza genética.

Os investigadores explicam que centraram a sua análise genética na mitocôndria, mais propriamente numa zona altamente variável do seu genoma. Trabalharam com 51 restos, entre ossos e dentes, encontrados em diferentes sítios de Espanha. Os resultados mostram uma variabilidade igual à das populações actuais.

Os resultados foram uma surpresa para os cientistas, visto que sendo normal a baixa diversidade em animais em perigo de extinção, não é normal essa falta em exemplares mais antigos. Este resultado sugere que as populações de linces terão sido sempre pequenas.

Assim, uma espécie com uma pobre diversidade genética não está, forçosamente, condenada à extinção, pelo que esta característica não deve ser um obstáculo aos programas de preservação da espécie.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Primeiro animal com informação genética artificial

Verme foi alterado na Universidade de Cambridge

2011-08-12
Verme da espécie 'Caenorhabditis elegans'.
Verme da espécie 'Caenorhabditis elegans'.
Uma equipa de investigação da Universidade de Cambridge (Reino Unido) criou o que alega ser o primeiro animal com informação artificial no seu código genético, segundo avançou hoje a BBC. A técnica desenvolvida poderá dar aos biólogos a possibilidade de controlar os átomos das moléculas em organismos vivos.

O trabalho usou vermes da espécie ‘Caenorhabditis elegans’ e foi publicado na revista especializada «Journal of the American Chemical Society».
Os pequenos seres têm um milímetro de comprimento, e apenas mil células na formação do corpo. Segundo o estudo, o que torna este animal único é o facto de o código genético ter sido estendido para criar moléculas biológicas, que não são conhecidas no mundo natural.

Os cientistas Jason Chin e Sebastian Greiss fizeram um trabalho de reengenharia da máquina biológica do verme para incluir um 21º aminoácido, não encontrado na natureza. Segundo explicam no estudo, a técnica tem um potencial transformador, pois proteínas poderão ser criadas sob o controlo total dos investigadores e o novo método poderá ser aplicado em uma ampla variedade de animais.

A proteína artificial que é produzida em cada célula do corpo do verme contém um corante fluorescente que brilha em tons cor de cereja, quando colocada sob a luz ultravioleta. Caso o projecto genético tivesse fracassado, não existiria brilho.

Qualquer aminoácido artificial poderia ser escolhido para produzir novas propriedades específicas, e a equipa sugere que esta abordagem pode agora ser usada para introduzir em organismos proteínas criadas que podem ser controladas pela luz.

Os dois investigadores planeiam colaborar num estudo detalhado de células neurais no cérebro do nematoide, com o objectivo de activar ou desactivar neurónios isolados de forma precisa e com minúsculos flashes de laser.

Nicotina e falta de apetite

Cientistas descobrem como a nicotina actua na perda de apetite

Estudo de investigadores norte-americanos publicado na «Science»

2011-08-10
A nicotina activa um pequeno grupo de neurónios do hipotálamo
A nicotina activa um pequeno grupo de neurónios do hipotálamo
Um dos receios que impede alguns fumadores de deixar de fumar é a possibilidade de ganharem peso depois de o fazerem, isto porque a nicotina tem a propriedade de reduzir o apetite. Uma equipa de cientistas norte-americanos conseguiu descobrir como a nicotina actua nos neurónios implicados nos sinais de apetite.
Os investigadores acreditam que esta descoberta pode ajudar fumadores a deixar de fumar e a evitar que ganhem peso depois, bem como a tratar da obesidade. Os resultados da investigação estão publicados na «Science»
A nicotina activa um pequeno grupo de neurónios do hipotálamo que regulam os sinais do organismo e indicam que já se comeu o suficiente.
Marina Picciotto, da Universidade de Yale (EUA), e cientistas de outras instituições determinaram que um subtipo de receptor da nicotina pode agir enquanto um indivíduo come. Quando a nicotina de conecta a esse receptor, activam-se neurónios específicos desencadeando processos que conduzem à supressão do apetite.
“O hipotálamo é uma área do cérebro que integra sinais precedentes dos intestinos e a da presença de gordura, avisando o cérebro se o corpo necessita de comida ou se já tem calorias suficientes”, explica Mariella De Biasi, do College of Medicine.
A identificação deste receptor “é importante para compreender os mecanismos relacionados com a adição, o peso e o hábito de fumar”, explica a investigadora. Por agora, os resultados referem-se a experiências com ratinhos, mas pode abrir portas à descoberta de medidas terapêuticas para ajudar as pessoas a deixar de fumar sem receio de ganharem peso.

Artigo: Nicotine Decreases Food Intake Through Activation of POMC Neurons

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Primeira gata clonada fez dez anos

Primeira gata clonada fez dez anos

Clonagem de animais de estimação foi um fracasso

2011-08-11
CC foi clonada a partir da Rainbow.
CC foi clonada a partir da Rainbow.
Há quase dez anos, foi clonado o primeiro gato, ou melhor, a gata CC, mas desde este animal, as previsões para o início de um mercado comercial para a "ressurreição" de animais de estimação com o uso dessa tecnologia foram um fiasco.

A empresa líder em clonagem de animais de estimação, nos Estados Unidos, parou em 2009, e mesmo a clonagem de gado é relativamente pequena, com algumas centenas de porcos e vacas em todo o mundo, mas os donos da CC ainda a consideram um grande êxito.
Mais velha e gordinha, e mais lenta por causa da idade, a gata branca e cinza comporta-se como qualquer outro animal da sua espécie. O nome CC foi-lhe atribuído por serem as iniciais de Carbon Copy (Cópia Carbónica). O animal nasceu num laboratório da A&M em 22 de Dezembro de 2001, a partir de uma célula tirada de um gato tricolor chamado Rainbow, e inserida noutro embrião de gato.

A CC tem exactamente a mesma constituição genética de Rainbow, mas não tem a cor laranja que esse tinha. Geralmente apenas duas cores são passadas na clonagem de gatos tricolores. Esta é uma das falhas, mas o preço, que poderia chegar aos seis dígitos, é das principais razões pelas quais clonar animais de estimação não se tivesse tornado num sucesso comercial.
 
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50466&op=all

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Novas descobertas sobre o DNA

Descobertas 7ª e 8ª bases do DNA

Cientista português explica impacto da investigação

2011-08-01
Por Susana Lage
João Pedro de Magalhães
João Pedro de Magalhães
Durante anos, cientistas consideraram que o DNA (ácido desoxirribonucleico) era composto apenas por quatro unidades: adenina, guanina, timina e citosina. Ainda na história recente, a lista expandiu para seis.

Agora, investigadores da Universidade da Carolina do Norte (UCN), nos Estados Unidos, afirmam ter descoberto a sétima e oitava base do DNA.

As duas 'novas' bases (5-formilcitosina e 5-carboxilcitosina) são versões da citosina que foram modificadas por proteínas Tet, entidades moleculares que se acredita terem um papel importante na desmetilação do ADN e na reprogramação das células-tronco.

Em entrevista ao Ciência Hoje, João Pedro de Magalhães, do Instituto de Biologia Integrativa, Universidade de Liverpool, Reino Unido, afirma que “o termo ‘sétima e oitava bases’ é excessivo”.

Para o investigador português, o que os cientistas da UNC descobriram foram duas novas variantes da citosina, uma das bases do DNA.

“Já se sabe há bastante tempo que a citosina pode ser metilada; a metilação é uma modificação química que pode modificar os padrões de expressão genética, por exemplo durante o desenvolvimento, envelhecimento, ou devido a hábitos alimentares”, explica.

“Sabe-se também que a citosina metilada pode ser convertida por um tipo de proteínas chamadas Tet de volta à citosina sem ser metilada. Este processo envolve três tipos de citosina modificada que são intermediários na reacção. Até agora, só um deles era conhecido e o que os cientistas da UNC identificaram foram os outros dois tipos de citosina modificada”, continua.

“Eles mostraram também que a citosina modificada ocorre em células estaminais embrionárias e tecidos de ratinho”, acrescenta.

João Pedro de Magalhães considera que “o impacto desta descoberta ainda não é claro” porque “ainda não se sabe se os intermediários entre citosina normal e citosina metilada têm alguma função importante no organismo”.

No entanto, “como a metilação da citosina é importante numa variedade de processos e doenças (como o cancro), é possível que esta descoberta leve ao desenvolvimento de melhores métodos para manipular a metilação da citosina, o que pode no futuro permitir novos tratamentos”, conclui.

Visita do Grupo de Idosos da Freguesia do Raminho


Visita guiada à exposição "Ver o Clima...nos Ombros dos Gigantes."




Visita à exposição digital, patente no CCAH, "Moinhos de vento dos Açores - Grupo Central", inserida na exposição "Moinhos de Maré do Ocidente Europeu".

Exploração da exposição online "Serviços de Ecossistemas dos Açores"

Foto de Grupo



Férias de Verão no CCAH


Este ano, o Centro de Ciência de Angra do Heroísmo programou para as férias de Verão actividades relacionadas cos várias áreas da ciência, destinadas a crianças dos 6 aos 12 anos.

Se quiseres passar uns dias divertidos e
aprender ciência a brincar, inscreve-te!