sexta-feira, 30 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Curso INFOSENIOR III

Está já em marcha o Curso INFOSENIOR III, iniciativa do Centro de Ciência de Angra do Heroísmo, em parceria com o Europe Direct Açores. 


Este curso conta com 11 formandos inscritos e decorrerá até Maio de 2012. Pretende reforçar os conhecimentos básicos de informática, em termos de comandos básicos, transferência transporte e arquivo da informação, produção de documentos em texto, imagem e ainda algumas técnicas para a exploração da Internet. O curso abordará algumas fontes regionais de informação alusivas à ciência, ambiente e tecnologia como forma de promoção das ferramentas digitais disponíveis, complementadas com a iniciação à utilização de programas como o Microsoft Word e o Microsoft Powerpoint. 


Na sua fase final, o curso terá uma introdução à Europa Digital, através das várias temáticas relacionadas com a União Europeia. Esta iniciativa surge no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade entre Gerações.

terça-feira, 6 de março de 2012

Especialistas querem “contar história” do vulcão do Corvo

Portugueses e espanhóis partem para a ilha dos Açores



Uma equipa de vulcanólogos portugueses e espanhóis deslocam-se ao Corvo para estudar a vulcanologia desta ilha nos Açores onde ocorreu uma erupção muito violenta que os especialistas ainda não conseguiram datar com precisão. Segundo Zilda França, do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, sabe-se “contar a história” do que aconteceu, mas o que os investigadores querem é “contar essa história com datas”. A cientista que lidera os investigadores portugueses que chegam hoje ao Corvo avança que esta missão, que prossegue depois na vizinha ilha das Flores, visa a “obtenção de amostras que permitam fazer uma cronologia, para se ter uma ideia mais concreta dos episódios vulcânicos ocorridos”.

“A ilha tem um grande vulcão central, pode-se mesmo dizer que a ilha é um vulcão. Apesar de ser muito pequena, é muito interessante”, frisou a investigadora, salientando que ali ocorreram erupções submarinas, episódios vulcanológicos “tranquilos” e também uma “erupção muitíssimo violenta”.

A missão no Corvo e nas Flores insere-se num projeto financiado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) que visa a caraterização do vulcanismo do arquipélago dos Açores. A equipa integra também especialistas espanhóis, liderados por Marceliano Lago, da Universidade de Saragoça, um dos mais importantes investigadores europeus na área do estudo das rochas.

As duas ilhas do Grupo Ocidental dos Açores apresentam “especificidades” relativamente às restantes ilhas do arquipélago, podendo ali ser encontradas caraterísticas que não existem no Pico, em S. Jorge ou em Santa Maria. Por outro lado, o Corvo e as Flores “estão na placa americana, ao contrário do restante arquipélago, são ilhas que estão do outro lado da Crista Média Atlântica”, o que também lhes confere uma especificidade própria. A Crista Média Atlântica é uma cordilheira submarina que separa a placa americana, a ocidente, das placas euroasiática e africana, a oriente.

O vulcanólogo Vítor Hugo Forjaz, numa nota enviada à Lusa a propósito desta missão, estima que “a primeira ilha do Corvo deve ter surgido há cerca de 710 mil anos, sendo precedida por intensa atividade submarina”. A atividade vulcanológica foi evoluindo e culminou com uma grande erupção que originou a formação de uma caldeira de colapso, o conhecido Caldeirão do Corvo. Segundo aquele investigador, “após um período de repouso, há cerca de 100 mil anos, foi retomada a atividade vulcânica na ilha, constituindo os cones geométricos que se situam na parte sul da ilha, incluindo a fajã lávica onde assenta o atual povoado”, onde vivem cerca de 400 pessoas.


In:www.cirnciahoje.pt

segunda-feira, 5 de março de 2012

Fórum na Praia de 8 a 11 de Março - O valor dos nossos recursos naturais, hoje e no futuro...

Comece desde já a pensar no próximo fim-de-semana. Entre os dias 8 a 11 de Março acontece o Fórum na Praia. Será que desenvolvimento sustentável é possível? Mas afinal quantas espécies de aranhas é que existem? Briófitos …o que? Se tem interesse na resposta a estas perguntas, não perca a oportunidade e passe o fim-de-semana na companhia da equipa que concretizou o evento Fórum na Praia, na Academia da Juventude e Arte da Terceira.


O Fórum na Praia pretende promover a reflexão sobre o valor dos nossos recursos naturais, hoje e no futuro. O evento é organizado pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e é financiado pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia. As diversas actividades preparadas para si são resultado do estabelecimento de parcerias com inúmeras instituições.

O programa começa com um curso de formação sobre participação pública (dia 8 e 9 de Março), contudo a maioria das actividades acontecem durante o fim-de-semana. Entre 10 e 11 de Março as actividade são gratuitas, para todos os gostos e idades.

Pode colaborar na identificação do maior número de espécies possíveis através dos Grupos de Identificação. Estes grupos vão estar no terreno em busca de novas espécies e posteriormente num laboratório, montando na Academia da Juventude e Artes da Terceira. Cada grupo é liderado por investigadores da Universidade dos Açores e inclui os seguintes grupos: plantas (liderado pela Dra. Cecília Melo), Biodiversidade Marinha (Professor Pedro Barreiros), Artrópodes (na companhia do Professor Paulo Borges), Aranhas (Dr. Pedro Cardoso), Briófitos e plantas (Professora Rosalina Gabriel), Aves Terrestre (liderado pelo Dr. Carlos Pereira). Contamos também com a presença de investigadores provenientes do Faial e S. Miguel; Dra. Verónica Neves líder do Grupo de identificação em Aves Marinhas e Professor Sérgio Ávila, responsável pelo Grupo de Identificação de Moluscos.

A participação no Grupo de Identificação da Biodiversidade Marinha implica formação prévia em mergulho. Para quem nunca experimentou mergulho pode experimentá-lo através da actividade de Baptismo de mergulho.

Caso pretenda contribuir para a discussão sobre Desenvolvimento Sustentável na Baía da Praia da Vitória, poderá faze-lo em dois momentos distintos. No sábado durante a apresentação da plataforma de simulação sobre a gestão dos Pauis da Praia, das 18h às 20h, ou no domingo (entre as 10h e as 13h) onde diversos intervenientes vão promover a discussão sobre este tema. As comunicações orais serão feitas por elementos de diversas instituições: Câmara da Praia da Vitória, Direcção Regional do ambiente, operadores turísticos, Departamento de Ciência Agrárias, entre outras presenças a confirmar.

Para quem prefere uma caminhada, pode optar pelo passeio pedestre – Uma praia de areia e escarpas dinamizado pela Associação Os Montanheiros.

Para quem pretende iniciar ou aperfeiçoar a actividade de observação de aves a nível recreativo ou profissional pode inscrever-se no Curso de Formação Inicial em Observação de Aves dos Açores.

Finalmente entre 8 e 11 de Março venha ver a Baía da Praia da Vitória através dos olhos de um grupo peculiar - os observadores de aves nacionais e internacionais – numa exposição fotográfica patente na Academia da Juventude e Arte da Terceira.

Consulte o programa no blog do projeto em http://forumnapraia.blogspot.com/ ou inscreva-se através do email helenaguimarães@uac.pt ou do contacto telefónico 968829544.



As atividades são gratuitas* e para todas as idades! PARTICIPE!


* os cursos de formação estão sujeitos a valor de inscrição


Contactos e inscrição: 968829544


helenaguimaraes@uac.pt


Local nuclear: Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira


http://www.cmpv.pt/academia/

Cidades portugueses com exposição ao escape de motores diesel muito elevada

Estudo realizado pelo Instituto Norte-Americano do Cancro




Um estudo confirmou que a exposição ao escape dos motores diesel aumenta o risco de cancro do pulmão e concluiu que algumas cidades portuguesas "altamente poluídas" apresentam níveis de exposição muito elevados.

Debra Silverman, autora do estudo publicado na sexta-feira no Journal of the National Cancer Institute, refere que algumas cidades altamente poluídas em Portugal, China e México no passado reportaram níveis de exposição aos motores diesel que, durante longos períodos, podem ser comparáveis aos registados por mineiros sujeitos a níveis mais baixos.

O escape de motores diesel tem sido classificado como uma provável causa de cancro. O estudo realizado ao longo de 20 anos, feito pelo Instituto Norte-Americano do Cancro, observou mais de 12.000 trabalhadores em alguns tipos de minas (potássio, cal e outras não metais) e concluiu que os trabalhadores estavam expostos a níveis mais elevados do que a generalidade da população.

Os mineiros mais expostos a este tipo de substâncias apresentavam uma probabilidade três vezes maior de ter cancro do pulmão, comparando com os trabalhadores expostos a níveis menores. Mesmo os trabalhadores com níveis de exposição inferiores tinham um risco 50 por cento mais elevado de contrair a doença, afirmou a epidemiologista.

"As nossas conclusões são importantes não só para os mineiros, mas também para os 1,4 milhões de trabalhadores norte-americanos e para os três milhões de trabalhadores europeus expostos ao escape dos motores diesel e para as populações urbanas de todo o mundo", afirmou Debra Silverman.

Algumas empresas mineiras recorreram à justiça para adiar a publicação das conclusões desta investigação. Um grupo industrial não envolvido no litígio disse na sexta-feira que o estudo observou minas que usavam equipamento com décadas e que hoje em dia há muito menos poluição pelos motores diesel.


"Os motores diesel e os fabricantes, as refinarias e os produtores de tecnologia de controlo das emissões investiram milhões de dólares em investigação para desenvolver e implementar tecnologias e estratégias que reduzem as emissões dos motores para níveis próximos de zero, garantindo os padrões de ar limpo nos Estados Unidos e em todo o mundo", afirmou Allen Schaeffer, da Diesel Technology Forum, uma organização sem fins lucrativos.

sábado, 3 de março de 2012

SEMANA DA ÁGUA E DA FLORESTA


O Centro de Ciência de Angra do Heroísmo vai comemorar a água e a floresta de 20 a 23 de Março.


Junta um grupo ou trás a tua turma, contacta-nos e participa. As nossas atividades são preparadas a pensar em ti.

A ciência anda sempre de mãos dadas contigo. Vem perceber como e diverte-te?

As inscrições já se encontram abertas e são limitadas.

Podem inscrever-se através dos nossos contactos ou em: http://oaa.centrosciencia.azores.gov.pt/content/visita-guiada


Nota: O programa sai brevemente.

Praga de térmitas aumenta nos Açores

Projecto TERMODISP monitoriza há dois anos a espécie 'Cryptotermes brevis'


O projecto TERMODISP, de monitorização de térmitas, a decorrer há dois anos nos Açores, permitiu concluir que se registou, de 2010 para 2011, um “aumento da densidade da praga” em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo.
O trabalho desenvolvido pelo Grupo da Biodiversidade dos Açores (CITA-A) indica que “este aumento da praga é bem mais notório na cidade de Angra do Heroísmo”, onde a média de térmitas capturadas nas armadilhas por habitação foi de 716 em 2010 e de 1304 em 2011. Em Ponta Delgada, o valor médio de térmitas capturadas em 2010 foi de 614, subindo para 893 em 2011.

“Embora em Ponta Delgada não se tenha observado uma diferença estatisticamente significativa, observou-se um aumento ligeiro da média de térmitas por armadilha”, acrescenta o documento a que a Lusa teve acesso.

Os dados obtidos indicam ainda que, entre as 91 casas amostradas em Angra do Heroísmo simultaneamente em 2010 e 2011, em 57 aumentaram as capturas e em 30 diminuíram, enquanto quatro mantiveram o mesmo número de indivíduos capturados.

Em Ponta Delgada, entre as 31 habitações monitorizadas simultaneamente em 2010 e 2011, em 17 aumentou o número de capturas e em 13 reduziu. “Estes resultados evidenciam a tendência para o aumento da densidade da praga e a necessidade de manter o acompanhamento da sua monitorização”, refere o documento.

O projecto TERMODISP refere-se à espécie Cryptotermes brevis, uma térmita com sete milímetros de comprimento, cuja presença está confirmada em habitações de Angra do Heroísmo (Terceira), Ponta Delgada (S. Miguel), Calheta (S. Jorge), Horta (Faial), Lajes (Pico) e Santa Maria.

Trata-se de uma espécie de madeira seca com origem num clima desértico da América do Sul, no Chile, tendo-se espalhado por todo o mundo através de navios com madeiras. No quadro deste programa, a monitorização vai ser alargada este ano a um maior número de habitações em Ponta Delgada.



In: www.cienciahoje.pt

Gonçalo Cadilhe seguiu os passos de Darwin

Jornalista revisitou e documentou locais da expedição



Imagem de Gonçalo Cadilhe (Iguana das Galápagos)

Os locais por onde o naturalista Charles Darwin viajou, a bordo do navio Beagle, foram revisitados pela objetiva do viajante e jornalista Gonçalo Cadilhe. A inauguração da exposição «Nos Passos de Darwin» será depois de amanhã pelas 18h, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (Colégio de Jesus) e a entrada é livre.

Gonçalo Cadilhe visitou os mesmos locais, 150 anos depois, mas a missão foi outra: documentar experiências pessoais em livros de viagens. Na exposição «Nos Passos de Darwin», o público é convidado a participar nesta viagem, passando por locais tão distantes como o Cabo da Boa Esperança, a Patagónia, as Galápagos ou a Polinésia.

“Ao longo de 20 anos de carreira, passei várias vezes por lugares por onde Darwin passou. A exposição mostra locais que fizeram parte da viagem de Darwin a bordo do Beagle e que resultaram na obra ‘A origem das espécies’”, disse hoje Gonçalo Cadilhe à Lusa.

Darwin foi um dos mais importantes e influentes cientistas de todos os tempos. A viagem que realizou como naturalista a bordo do Beagle, entre 1831 e 1836, teve como objetivo completar o levantamento cartográfico da Patagónia e da costa da Terra do Fogo, Chile, Peru e de algumas ilhas do Pacífico. Durante a expedição, Darwin realizou observações detalhadas e recolheu diversos espécimes que desencadearam as ideias da sua teoria da evolução ("A Origem das Espécies", 1859).

A exposição «Nos Passos de Darwin» estará patente no Museu da Ciência até ao dia 31 de Maio, podendo ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 18h e está relacionada com as comemorações, em 2009, dos 150 anos da publicação de «A Origem das Espécies» e dos 200 anos do nascimento de Darwin. Esta iniciativa insere-se no âmbito da XIV Semana Cultural da Universidade de Coimbra e conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian.

In: www.cienciahoje.pt

Pulgas do Jurássico eram ‘gigantes’ e não saltavam

Parasitas ancestrais atingiam 20 milímetros e tinham a boca em forma de sifão

Os antepassados das pulgas atuais foram descobertos por cientistas franceses na China, revela a revista Nature. Tratam-se de parasitas 'gigantes' que não saltavam.

A equipa de André Nel, entomólogo do Museu de História Natural de Paris, encontrou nove fósseis nas províncias chinesas de Daohugou, Mongólia Interior e Liaoning, que datam de duas épocas diferentes: do Jurássico Médio e do Cretáceo Inferior. A descoberta revela que, numa altura em que a Terra era habitada por dinossauros e grandes répteis, as pulgas eram também maiores do que as que existem hoje. O corpo das fêmeas podia medir entre 14 e 20,6 milímetros e o dos machos 8 a 14,7 milímetros.

As dimensões atuais oscilam entre 0,8 e 5 milímetros, em média 3,5 milímetros. Porém, ao contrário das pulgas modernas, as ancestrais não saltavam. O traço mais surpreendente das pulgas 'gigantes' é a sua boca, em forma de sifão, com a qual perfuravam a pele de répteis como os dinossauros e, numa época posterior, a de mamíferos e aves, sugando depois o seu sangue.

As características das pulgas antigas sugerem aos investigadores que estes parasitas evoluíram a partir da mosca-escorpião, uma espécie voadora que viveu no Cretáceo Inferior: tinha uma boca para se alimentar do néctar das flores, tendo-se extinguido com o aparecimento de insectos modernos como os mosquitos e as formigas. Segundo o investigador francês André Nel, à medida que os grandes dinossauros se extinguiram, desapareceram também as pulgas "gigantes", com as atuais pulgas a desenvolverem-se no Cretáceo Tardio, a par dos mamíferos. No entanto, continua a ser uma incógnita o motivo da diminuição do tamanho das pulgas.

A descoberta de fósseis de pulgas é rara, já que os vestígios de ectoparasitas (insectos como pulgas e piolhos que vivem sobre a pele das suas vítimas) são pouco abundantes, o que dificulta a investigação das suas origens na era Mesozóica (entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos).


In: www.cienciahoje.pt


quinta-feira, 1 de março de 2012

Estudo da UP altera o que se conhecia sobre formação de galáxias

 Observações precisas à galáxia anã I Zw 18 podem corrigir atuais modelos

O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), acaba de revelar que a galáxia anã I Zw 18 poderá levar à correção dos atuais modelos de formação de galáxias.

A descoberta foi realizada pelo astrónomo Polychronis Papaderos, que usou o telescópio espacial Hubble para obter observações extremamente precisas desta galáxia com forte atividade de formação estelar mas pobre em elementos pesados.

A análise dos dados demonstrou que a galáxia I Zw 18 tem um extenso halo de gás, sem qualquer estrela, cerca de 16 vezes mais extenso do que a componente estelar da galáxia. Este resulta da grande quantidade de energia libertada pelo surto de formação estelar pelo qual a I Zw 18 está a passar. Toda essa energia aquece e perturba o gás frio existente na galáxia, que emite uma quantidade de luz comparável à emitida por todas as estrelas da galáxia – a emissão nebular.

Segundo Polychronis Papaderos, o trabalho é inovador porque "dá a primeira prova observacional que as jovens galáxias, que passaram por surtos de formação estelar no início do Universo, deverão ter estado envolvidas num enorme halo de emissão nebular. Este halo extenso é aquecido pela imensa energia de milhares de estrelas massivas, que se formaram durante o surto, e que rapidamente explodem como supernovas”.

A proximidade da galáxia I Zw 18 à Terra, conjugada com um tempo total de observação de quase três dias, permitiu obter dados com uma resolução e sensibilidade sem precedentes. Até agora, para as galáxias mais distantes, onde não é possível atingir a resolução necessária para distinguir entre a emissão do gás e das estrelas, assumia-se que o gás ocupava a mesma região que as estrelas e que estas últimas eram responsáveis por emitir quase toda a luz observada.

No entanto, este estudo publicado no último número da revista Astronomy & Astrophysics mostrou que as galáxias que estão a atravessar um surto de formação estelar, à semelhança da I Zw 18, podem não obedecer a esta regra. Esta conclusão pode levar a correções significativas em muito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em astronomia extragalática e cosmologia. Um exemplo disto é o cálculo da massa correspondente a estrelas numa galáxia, que é estimada a partir da luminosidade total. Tal como estes resultados demonstram, até 50 por cento dessa luminosidade pode corresponder à emissão nebular, e não a estrelas.

Outro dos resultados obtidos no trabalho de Polychronis Papaderos da CAUP mostra que “a distribuição da emissão nebular pode ser confundida com um disco de estrelas, o que pode resultar em classificar erradamente a galáxia, ainda em formação, como uma galáxia já totalmente formada”, explica o astrónomo.

Para além disso, a investigação têm também uma grande importância para o que se sabe sobre a atual formação de galáxias, pois concluiu que a I Zw 18 é extremamente jovem e está, neste momento, a passar pela fase dominante de formação estelar, à semelhança das que se formaram logo a seguir ao Big Bang.


Estação permanente mede radiação atmosférica nos Açores

O programa ARM foi lançado em 1990 pelo Departamento de Energia dos EUA


A ilha Graciosa vai ter em permanência uma estação para medição da radiação atmosférica, no quadro do projecto internacional promovido pelo Departamento de Energia dos EUA que visa a previsão do tempo e o estudo do clima.

“A estação vai permanecer de um modo fixo na Graciosa, o que é uma garantia para que a Universidade dos Açores possa também alargar a investigação e pesquisa e recolher elementos científicos que são bons para os Açores em termos de climatologia”, segundo afirmou José Contente, secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, no final de um encontro, em Ponta Delgada, com Kim Nitschke, do Departamento de Energia dos EUA, em que também participou o secretário regional da Presidência, André Bradford.

Instalada na ilha Graciosa em 2009, no âmbito do quadro do programa ARM (Atmospheric Radiation Measurement), a estação tem funcionado de forma experimental, mas ganhou agora o estatuto de permanente. A decisão envolve um investimento de 14 milhões de dólares que será suportado pelas autoridades norte-americanas, a que se associa o Governo Regional e a Câmara de Santa Cruz da Graciosa ao nível das facilidades de instalação e, eventualmente, na construção de algum edifício contíguo que possa funcionar como centro de divulgação da infra-estrutura e receção de cientistas ou investigadores.

A conclusão do processo que permitirá operacionalizar a estação deverá acontecer, segundo André Bradford, "no verão de 2013", devendo a estação permanente ficar localizada "na mesma área onde estava a estação móvel".

O programa ARM foi lançado em 1990 pelo Departamento de Energia dos EUA, tendo a estação da Graciosa sido instalada no início de 2009 para aproveitar a localização estratégica dos Açores e a sua centralidade no Atlântico Norte. Os dados recolhidos ao longo dos seus 16 meses de funcionamento permitiram criar a primeira estrutura climatológica vertical detalhada de nuvens baixas numa zona marinha subtropical.

A Graciosa foi escolhida como um dos cinco locais do mundo envolvidos no programa ARM para promover o aprofundamento da investigação do sistema estratiforme de nuvens de baixa altitude sobre os oceanos subtropicais. A sua baixa representação nos modelos climáticos, segundo os especialistas, causa grandes incertezas nas previsões de alterações climáticas.

A importância da estação açoriana resulta do fato de 70 por cento do planeta estar coberto por oceanos e, consequentemente, as nuvens marinhas serem o tipo mais comum de nuvens no mundo. A Graciosa, situada em pleno Atlântico, possibilita a oportunidade de realizar importantes observações de mais longa duração sobre as nuvens marinhas, sendo as medições recolhidas nesta estação usadas pelos cientistas para testar e validar simulações em computador.

Diminuição de gelo no Árctico interfere com Inverno do Hemisfério Norte

Alterações na região fazem aumentar queda de neve nos últimos anos

A redução do gelo no Oceano Ártico devido ao aquecimento global poderá explicar a neve e o frio acima do habitual dos invernos dos últimos anos em certas partes do Hemisfério Norte, sustentam cientistas norte-americanos.

As conclusões do estudo realizado por vários investigadores, entre os quais a presidente da Escola das Ciências Atmosféricas no Instituto de Tecnologia da Geórgia, e principal autora da comunicação, Judith Curry, foram divulgadas ontem, precisamente na página online daquele instituto. O estudo está publicado na «PNAS».

Desde que a superfície do gelo caiu para um nível recorde em 2007, quedas de neve nitidamente mais abundantes do que o normal foram observadas em vastas regiões. Nos invernos de 2009/2010 e 2010/2011, o hemisfério Norte registou as suas segunda e terceira mais fortes acumulações de neve, nos seus registos.

“Enquanto a região do Ártico tem aquecido nas décadas mais recentes”, escrevem os cientistas, “uma queda de neve anormal tem afetado os invernos de grande parte da América do Norte, Europa e Ásia Oriental”.

Neste trabalho, dizem, “demonstramos que a diminuição da área de gelo no Outono Ártico está ligada às mudanças na circulação atmosférica do Hemisfério Norte no Inverno”.

Os dados recolhidos, de 1979 – início das observações por satélite – até 2010, mostram uma diminuição de um milhão de quilómetros quadrados da superfície do gelo no Oceano Ártico no Outono, o que representa 29,4 por cento da sua superfície e equivale a duas vezes a da França, especificaram os cientistas.

Artigo: Impact of declining Arctic sea ice on winter snowfall, in www.cienciahoje.pt