sábado, 3 de março de 2012

Praga de térmitas aumenta nos Açores

Projecto TERMODISP monitoriza há dois anos a espécie 'Cryptotermes brevis'


O projecto TERMODISP, de monitorização de térmitas, a decorrer há dois anos nos Açores, permitiu concluir que se registou, de 2010 para 2011, um “aumento da densidade da praga” em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo.
O trabalho desenvolvido pelo Grupo da Biodiversidade dos Açores (CITA-A) indica que “este aumento da praga é bem mais notório na cidade de Angra do Heroísmo”, onde a média de térmitas capturadas nas armadilhas por habitação foi de 716 em 2010 e de 1304 em 2011. Em Ponta Delgada, o valor médio de térmitas capturadas em 2010 foi de 614, subindo para 893 em 2011.

“Embora em Ponta Delgada não se tenha observado uma diferença estatisticamente significativa, observou-se um aumento ligeiro da média de térmitas por armadilha”, acrescenta o documento a que a Lusa teve acesso.

Os dados obtidos indicam ainda que, entre as 91 casas amostradas em Angra do Heroísmo simultaneamente em 2010 e 2011, em 57 aumentaram as capturas e em 30 diminuíram, enquanto quatro mantiveram o mesmo número de indivíduos capturados.

Em Ponta Delgada, entre as 31 habitações monitorizadas simultaneamente em 2010 e 2011, em 17 aumentou o número de capturas e em 13 reduziu. “Estes resultados evidenciam a tendência para o aumento da densidade da praga e a necessidade de manter o acompanhamento da sua monitorização”, refere o documento.

O projecto TERMODISP refere-se à espécie Cryptotermes brevis, uma térmita com sete milímetros de comprimento, cuja presença está confirmada em habitações de Angra do Heroísmo (Terceira), Ponta Delgada (S. Miguel), Calheta (S. Jorge), Horta (Faial), Lajes (Pico) e Santa Maria.

Trata-se de uma espécie de madeira seca com origem num clima desértico da América do Sul, no Chile, tendo-se espalhado por todo o mundo através de navios com madeiras. No quadro deste programa, a monitorização vai ser alargada este ano a um maior número de habitações em Ponta Delgada.



In: www.cienciahoje.pt

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