Análises ao recentemente descoberto Kepler-22b não confirmam ainda a sua habitabilidade
O «Catálogo de Exoplanetas Habitáveis»(Habitable Exoplanets Catalog, HEC) é uma base de dados focada nas descobertas de exoplanetas que potencialmente podem albergar vida. Destinada a cientistas, professores e público em geral, o HEC é um projecto do Laboratório de Habitabilidade Planetária (Planetary Habitability Laboratory, PHL), da Universidade de Porto Rico, em Arecibo.
Após quase 20 anos da detecção dos primeiros exoplanetas, ou planetas extra-solares, os cientistas estão agora a começar a identificar quais destes podem ser habitáveis. Mais de 700 exoplanetas já foram detectados e confirmados. O mais recente foi confirmado ontem pela NASA, no sistema planetário Kepler 22 (ver caixa embaixo).
A maioria dos exoplanetas que se conhecem são gigantes gasosos, semelhantes a Júpiter e Neptuno. Apenas alguns têm o tamanho e uma órbita certos para serem considerados adequados à vida.
NASA descobre planeta potencialmente habitável
Kepler 22b encontra-se no sistema planetário a 600 anos-luz da Terra. Poderá ter condições para a formação de água em estado líquido. É a primeira vez que a NASA confirma a existência de um planeta numa zona orbital habitável fora do Sistema Solar. O planeta, detectado pela sonda Kepler, é maior do que a Terra, mas desconhece-se ainda a sua composição. Orbita em 290 dias uma estrela semelhante ao Sol. Lançada em 2009, a Kepler tem por missão procurar planetas-irmãos da Terra susceptíveis de terem vida. Em dois anos foram identificados 2326 candidatos, dos quais 207 com um tamanho aproximado da Terra e 680 com dimensões maiores. Antes, em Maio de 2007, o Centro francês de Investigação Científica anunciou que um dos planetas que orbita a estrela-anã Gliese 581 seria ‘habitável’. Em Agosto, astrónomos suíços confirmaram a existência de um outro exoplaneta em zona orbital habitável, o HD 85512b.
O PHL apresenta uma nova avaliação dos planetas. O catálogo elaborado, e que se encontra online aqui), não só identifica novos potenciais mundos habitáveis (incluindo ‘exoluas’) mas também os classifica de acordo com diversos índices de habitabilidade.Abel Méndez, director do PHL e investigador principal do projecto, diz que uma das coisas mais importantes das classificações é que permitem comparar exoplanetas do melhor para o pior candidato a albergar vida.
O catálogo utiliza avaliações como o «Earth Similarity Index»(Índice de Similitude com a Terra), o «Habitable Zones Distance»(HZD) e o «Global Primary Habitability» (GPH). Usa também dados de outras bases como a «Enciclopédia de Planetas Extrasolares», o«Exoplanet Data Explorer», ou «NASA Kepler Mission».
Os planetas são categorizados utilizando-se vários sistemas de classificação. Uma das classificações divide-os em 16 categorias de massa e temperatura.
Até agora apenas dois exoplanetas correspondem aos critérios de habitabilidade do catálogo: o Gliese 581d e HD 85512b. Identifica, contudo mais 15 planetas e 30 luas como potenciais candidatos a habitáveis.
O planeta dado ontem a conhecer pela NASA, o Kepler 22b, não foi classificado pelo catálogo como ‘habitável’, pelo menos na primeira análise. Como se pode ser no site, “o planeta encontra-se na ‘zona habitável’, mas é muito grande e para já foi classificado como «Warm Neptunian»”. Ainda assim, nas análises mais recentes, não se põe de parte o seu potencial, considerando que o planeta poderá vir a ser classificado como «Warm Superterran», sendo assim habitável.
Estas pesquisas teem o objectivo de nos revelarem a existência de planetas com vida ou com a possibilidade de existência de vida mas no sentido prático de nós humanos podermos alguma vez tentar habita-los isso nunca será uma realidade por isso continuo sem perceber o que é se ganha com estas descobertas.
Notícia em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52079&op=all
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